segunda-feira, 17 de maio de 2010

Eita ferro!

Se eu já comentei, vou comentar novamente. De fato, hoje eu entendo quem é um pouquinho xenofóbico. Após longos dias escutando em média quatro laptops tocando musica indiana o dia todo no pé do ouvido, eu comecei a variar. Hoje simplesmente não consigo ficar muito tempo com indianos. Quase todos cheiram mal, são folgados, invasivos, enfim, pra vocês terem idéia, eles ficam olhando o que você faz no computador ao lado, mandam você sair do lugar que eles querem sentar, enfim, não dá. Tentei, tentei, mas não ta dando! Cacetada! Só falando assim...

Não recordo se já trouxe á tona, mas eu me mudei para a cidade. Estou morando com dois caras do Sirilanka e um turco. Essa experiência é impagável. No primeiro dia eu cheguei já botando banca de limpeza, por que se deixar, a galera dorme na caca. Comprei três esguichos de Ajax e mandei ver no banheiro, no quarto, enfim. Coloquei a mão em bosta de gringo que devia estar ali há dois anos, mas fiquei feliz com o resultado. O banheiro, e o meu quarto, ambos ficaram limpos como o banheiro da minha casa. Perfeito. Já no segundo dia eu coloquei avisos impressos nas paredes sobre dar descarga, limpar a louça, etc. Parece que está funcionando desde então. Os caras são legais e carregam consigo uma vida muito diferente no país deles. Com o que irei contar a vocês da pra sacar que realmente a gente vive e tem uma cabeça normalmente muito medíocre em relação ao tamanho desse planeta chamado Terra. Bom, a pouco, conversando com eles em inglês, na sala, soube que o Sirilanka ficou em guerra por vinte e seis anos e só foi liberto há poucos anos. Pelo que me lembro parece que foi há dois anos. Um deles contou que a primaveras atrás estava ao lado do carro oficial de um dos primeiros ministros que simplesmente explodiu por um homem bomba. Pedaços e mais pedaços de gente ficaram esparramados no chão e ele até hoje se recorda do barulho de morte, conseqüência da bomba que fez tudo voar pelos ares. Ambos contaram sobre entes queridos que morreram nessa guerra e conversar com eles me fez de fato quase chorar. Incrível. Eu nunca iria imaginar que estaria ao lado de caras do Sirilanka. Já o turco contou sobre “se casar” na cultura dele. Lá, para eles, a mãe deve aprovar a noiva. E lá eles tomam banho todos nus num chuveiro gigante todos os dias. Um dia mulheres outro dia homens. Então, num desses dias, a noiva do cara tem que ficar peladona lá para a mãe aprovar. Se ela for muito feia, baixinha, nariguda, sei lá, se ela não servir, é como se a palavra e a vontade da mãe do dito fosse totalmente definitiva, do tipo, não! Bom, soube também que lá eles tem uma baita treta com os próprios turcos. Parece-me que são duas etnias num mesmo lugar. Curdos e turcos. E muita gente morre por conta disso. Esse cara em questão é curdo, eu acho. Eu já não falo quase nada em inglês, esse cara então, não fala quase nada, daí, se entendi alguma coisa errada, desconsiderem quando vocês assistirem ao Discovery em breve.

Bom, outro dia eles me ofereceram uma pimenta em pasta feita pela mãe de um deles. Eu, todo feliz, fui lá comer contende e sorridente, quando de repente percebi na segunda garfada que iria perder meu tão esperado Miojo. Pense num fogo dentro da sua boca. Agora pense que foi ainda mais poderoso e ardido! Mas eu como sou Brasileiro e não desisto nunca, mandei pra dentro na hora. Suando e chorando de dor, mas mandei. Sô cabra macho, rapá!

Creio que sexta feira ou sábado passado fui à Takapuna para tirar algumas fotos da praia de lá. Gente, que lugar maravilhoso pra gente rica viver! Sabe aquela cena de filme? Dos labradores pegando a bolinha e nadando nas primeiras ondas á beira da praia? Foi muito bacana.

A saudade começou a me espancar como se fosse a coisa mais dolorida desse mundo. Isso eu sempre falo por aqui, mas é impossível não comentar em toda nova semana. Passei dias muito complicados nesse lugar, muito só, e querendo alguém para simplesmente ficar ao meu lado. Essa parte do desafio realmente é bem triste. Não creio que ficarei aqui mais do que seis meses. Até pode ser possível, mas ficar longe do Brasil é muito froid. É engraçado. Depois de quase dois meses até problema da pra arrumar. Outro dia fiquei pau da vida com um chinês que nunca coloca os preços nas coisas do mercadinho dele. Daí outro dia depois de colocar uns sete produtos sem preço na mesa eu só acabei por comprar apenas um. Ai ele me perguntou: Você não ia levar isso? Ai eu disse: Não! Eu vim perguntar o preço. Cara, você tem que botar preço nos seus produtos! Todas às vezes eu tenho que retirar quase todos os produtos da prateleira e trazer até você para fazer essa conferencia. Hoje esse problema é seu. Falei mesmo! Dei uma de babaquinha. Poxa, já era a quarta vez! Todas às vezes eu tenho que pegar um bando de coisa e botar no lugar por que o cidadão não bota preço nas coisas! Qualé, jacaré! E ainda made in China! Esse veio com defeito, lóooogico!

Outro dia também o motorista todo xenofóbico e de mau humor não me esperou descer na parada. Cara, eu quase voei no pescoço dele. Ele escutou muito bem que eu ia descer e detalhe: Eu apertei o botão e ele me viu levantar. Enfim...

Sobre a AWI, e ainda nesse assunto de tretas ocorridas, tive outra insatisfação e resolvi escrever por e-mail. Segue abaixo o ensaio:

Dear Manager,

My name is Lucas, and I am a student of AWI. I am very satisfied with Racine and Luciana. They are good with me and every time that I need something, they are all ready to help me. So, congratulations, you did a best choice. The teacher, Peter, is very well too. Very patient, gentle and he’s a good teacher. BUT, the internet access here is lamentable and terrible. Doesn’t work into the classes, we don’t have spots of access in each flour to do this well, and in our class, we need use wi-fi to see some words or expressions in dictionaries or translators on the web, not to see bad things, boring our teachers like children. Today, our world need be connected, and to me, be here out of this connection is lose a vital part of my professional life time. You proms me connection and I cannot see this connection to do necessary things. In fourth flour, the AWI have only 5 bad computers that doesn’t work well, to a lot of students, and the students of business course was there all time, using and fighting to use that. Common, this is bad to your institute. It’s really bad. I am here in New Zealand, not in one bad poor country. What I will tell to my friends in Brazil or other countries? Don’t go to AWI? Don’t go to NZ? If I won’t see changes you will have a bad advertising of my part and of other students too. It’s real and this is a consequence, not a stupid bluster. This e-mail looks impolite, but, I am sad and unsatisfied.

I will wait solutions and your feedback. Thanks.

Past regards, Lucas.

Ah, outro dia eu vi pela primeira vez um crime aqui. E vi de perto. Mas foi coisa simples. Briga de mendigo. Alias, os dois únicos de Auckland. Sangue pra todo lado. Foi... bom, foi né. Eu só vi mesmo depois do ocorrido e até já estou pensando que pode ter sido uma cena de filme, porque aqui não tem crime...

Vocês não fazem idéia de como é complicado ficar morando em um quarto só pra você e não pensar em bobagem. Ficar só é triste e sozinho então, ninguém merece. E não é uma solidão necessariamente sexual do tipo preciso beijar na boca e fazer bobagens. É uma solidão de um simples abraço de alguém querido.

Bom, hoje eu escrevi a lot! Não vou escrever mais em inglês em respeito aos parentes e amigos que não entendem a língua e nem como chegar ao Google translate.

Saudade demais da conta! Duty.

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